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Mostrando postagens de março, 2010

a palavra

Temo ser invadida pela minha própria palavra. Consumida, fraca, mergulhada numa surdez atenciosa, E num encantamento qualquer. Não diria que me assustam as minhas letras, Porque certamente depois de tantos repentes, Tantas palpitações e pulos de afastamento, Eu tomaria jeito e as faria parar. Diria que as letras, pois bem, me surpreendem. Surpreendem porque me conhecem e, Ignoram minhas teimosias, revelando a mim quem sou. E enquanto meus cadernos tomam conta do quarto, Enquanto meus tinteiros secam, Enquanto perco papéis debaixo da cama, Enquanto a luz da vela permanece acesa -iluminando o cômodo, construindo sombras- Pajeando o trabalho das mãos cansadas sobre o papel, O meu coração cheio de letras em estado de fervura, Esperando pra nascer, Alivia. As palavras que me têm por completo e, Não o inverso. Relação de temor e paixão. Esconderijo e exibições. Sonho e desejo. Se as palavras precisam de mim pra nascer, Eu, recolhida na condição de travessia, Confe