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Mostrando postagens de maio, 2008
As vezes eles se irritam. Quem vê de fora, tem a impressão de que existe um fio imaginário entre os dois, e que propositalmente, querem estourar esse fio caminhando cada um pra um lado, repulsando seus campos magnéticos para quanto mais distante, melhor. Então surpresa! Fio elástico. Querem repulsa, ganham atração. Chega de escrever fisicamente. Ele só quer correr o dia todo atrás de algo que não sabe o nome, ficar cansado, suar absurdos, chegar em casa e ouvir ela cantando She, do Elvis Costello, no chuveiro, belamente desafinada, sem vergonha de que alguém lhe diga que está totalmente fora do ritmo: "She... May be the face I can't forget. A trace of pleasure or regret May be my treasure or the price I have to pay..." E então, depois de recuperar a frequencia cardíaca ideal e dizer que ela está linda, a levar pra um lugar atípico e marcante. Pode ser comer jabuticabas direto do pé, ou andar de kart numa pista velha. O lugar é o que menos importa, desde que consigam briga

t o d o d i a

Eles nunca se falaram. Um casal de velhinhos que transpira jovialidade escondida atrás das rugas e do grisalho, pega ônibus comigo todos os dias. Sentam sempre no mesmo banco e me falam o mesmo 'bom dia' cordial com tons e volumes iguais, soando querer um pouco de atenção. O ônibus azul boreal, sereno-paraíso da paulicéia desvairada. Ele está sentado, num silêncio mortal, com o olhar vago, estático... Não vê prédios, não vê Sóis, a sós, nós desatados, nós todos ali dentro, ninguém. Quando ela entra no ônibus, o olhar desperta, ele se levanta para ela passar e se apossar do lugar que ele guardou como um tesouro. Que tesouro. Ela sorri gentilmente. Trocam olhares durante a viagem e posso a postar que querem dizer: "Hoje temos trânsito. Que bom." ... Quando o estado de vigília se torna pesado e o sono toma conta do pescoço e se alastra pelo corpo todo, ele encosta, meio sem querer, a cabeça no ombro direito dela, sente seu perfume de boneca de porcelana antiga. Sem graç

p i e g u i c e

{Luz baixa, música lenta, ambiente familiar, cheiro de vontade de ser feliz. bem piegas.} Se for pra dançar apenas com movimentos mecânicos, Da forma como todos se acostumaram: Me observo sendo atraída pelo estático. Houve um tempo de balanço, ritmia natural Tudo parecia conspirar... A música podia nos levar pelas luzes da cidade Quem passava, via feixes de nós passeando por calçadas, Seguindo a melodia da cidade dos nossos ouvidos, {que além de ser a mesma} Era diferente das buzinas ofegantes, dos carros apressados, das pessoas-trânsito, das motocicletas costurantes. ufa. Nos faróis, nas noites de chuva pouca, As pernas não pediam sutilmente para que eu parasse. Porque havia algo mais forte que pedia: Continue dançando, dançando, dançando... Ainda é você. O pretérito é perfeito, presente e constante. Prego o original: surpreenda-me se for capaz, Eu sei que você pode, sem que eu precise pedir. Não te cubro de expectativas idealizadas, não. Só sei perceber os teus confusos sinais de pie