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Mostrando postagens de 2013

Incontáveis problemas que você me causou

cena do filme "Tudo acontece em Elizabethtown" (2005) Não sei, sinceramente, o que a natureza tinha na cabeça quando criou você. Você é escandalosamente bonita de chinelo e camiseta larga. Você é absolutamente natural e exclusiva. Seus traços não me lembram ninguém, não dá pra fazer nenhuma referência a você, nenhuminha. Veja só quantos problemas você trouxe pra minha vida, estranho ser humano: se me perguntarem, nunca vou conseguir explicar quem você é, nem comparar recorrendo ao "ela se parece com...", você NÃO SE PARECE COM NADA, dá pra acreditar? Eu queimo de raiva porque agora fico procurando a dobra dos seus olhos em todos os olhos por aí e nenhum deles me emociona o suficiente. Você não gosta de pintar boca, nem de colorir os olhos e com essa pomposa simplicidade tão sua, seus traços ficaram definitivamente marcados em mim. Deve ser porque você se basta. As outras pessoas se poluem com tanta informação que não consigo enxergar elas direito. Você se

5 músicas baseadas em livros

Muitos intérpretes e compositores se inspiram em obras literárias para fazer suas músicas. Aqui compartilho cinco (das minhas preferidas) canções baseadas em livros. Escolhi  estas por gostar muito das obras e/ou das bandas. Espero que gostem! 5. Lord of the Rings - BLIND GUARDIAN Esta música da banda alemã BLIND GUARDIAN foi baseada no livro "O Senhor dos Anéis" (pt) escrito pelo escritor, professor e filólogo britânico J. R. R. Tolkien. Esta é a obra da minha vida e essa canção marcou minha adolescência... Memória afetiva total! Cada vez que ouço recordo das batalhas, da narrativa, enfim... Épico. VIVA LOTR! Album: Tales From the Twilight World (1990) Obra: Lord of the Rings (J. R. R. Tolkien, 1954) 4. Sobre as folhas (Ou O Barão nas árvores) - CORDEL DO FOGO ENCANTADO A banda pernambucana se inspirou na história de Cosme Chuvasco de Rondó - o filho primogênito do barão de Rondó que, em 15 de junho de 1767 revolta-se contra seus pais e sobe às árvore

na estrada

No carro,  voltando pra casa, em boa companhia.  Cansados,  em silêncio,  entardecer.  Engraçado. O silêncio pode ser íntimo ou forasteiro, confortável ou perturbador. Não é bom ou ruim por natureza... Ali na estrada, chão após chão, horizonte e cheiro de asfalto, o silêncio nos permitiu conversas reais e intensas. Intimidade e conforto em sua forma mais presente, contemplativa. {  estávamos emudecidos por fora, verbo vivo por dentro  } Olhávamos para os contornos das árvores secas de inverno, que pregadas nos vales verdes, encostavam-se na Rodovia. Reparávamos em todas as cores que o céu desenhava: espetáculo que impressiona com seus roxos, azuis, alaranjados e mais, mais, mais... {  estávamos emudecidos pelos colos, abraços, carinhos e risos  } De vez em quando alguém dizia: "Que lindo isso" e nesse consentimento, não sei se passamos minutos ou horas, mas tanto faz. Naquele cenário tão cotidiano, voltando de uma viagem que poderia s

Fado e Vela

Num sobressalto, a vela sobre a mesa de madeira quis ser a lâmpada lá do alto do mezanino. Já não queria mais estar presa à superfície plana: almejava, enfim, contato com a eletricidade que parecia tão surreal e mais que tudo, queria se ver livre da sensação de ser a última escapatória: nas noites chuvosas, quando acaba a luz da cidade, então as pessoas recorrem a acendê-la, brincam de adivinhar sombras nas paredes e passado algum tempo, ainda reclamam da pouca luz que ofusca. Pois era só a luz voltar para que a deixassem no seu posto de destino irrevogável: prisão à superfície. Estava decidida: “Quero ser lâmpada”. Desde então se tornou cera vazia, cera triste... Escorrendo tão devagar, quase falida. Eis que a lâmpada queimou e jogaram-na no lixo, despudoramente. Fado. A vela se sentiu ruborizada de tanto disparate: enquanto passou dias a fio negando sua natureza, não pôde perceber que suas marcas de cera ficariam para sempre, grudadas na madeira.