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Mostrando postagens de junho, 2009

saga de uma flor urbana

Ele carregava a rosa cor-de-rosa, envolta por plástico e papel de seda com uma das mãos, enquanto a outra segurava o apoio do ônibus lotado. Era uma rosa já aberta, com cara de que queria ser entregue logo ao seu destino. O dono da rosa mais protegida da cidade, pois bem, tinha olhos de ansiedade, pouco piscava e nem parecia estar no centro da cidade de São Paulo. Via-se que a mão da rosa já suava, mas não parecia incomodar. Dali a alguns minutos a própria rosa iria começar a murchar, murchar... Ou não, quem sabe. Aposto que a outra mão -agora livre- após ele ter conseguido o almejado lugar para sentar-se, estava à espera de afagar os cabelos da moça, logo após a sutil encomenda. Uma saga na cidade, num dia de semana, com tantos coadjuvantes a trabalhar... Não sei por quais motivos, mas ele se dirigiu até uma floricultura sim, do outro lado da cidade, apenas para comprar uma rosa cor-de-rosa. Não existem floriculturas mais próximas ou havia um significado? Relevâncias à parte, a

Devagar, menina

Quanto me custa perceber Que nem todos meus versos são expostos Que nem todos meus afazeres saem do papel Que nem todos os meus planos, acontecem. As vezes o tempo escorre, A fala encurta, O gesto empobrece. E minhas expectativas, comigo, por vezes, são meras. Um movimento previsível, mas mesmo assim estranho e, exigente demais pra mim. É bonito quando a vida me dá uns tapas, E mostra o que é meu. Essencial e induscutível. Me dá saudade de mim. Me fala: "Devagar, menina..." Me alisa os cabelos e, revela Que eu consigo assim. Não de outro jeito, de outros e de outrem. Do meu jeitinho, de menina, de mulher, devagar. "Quem tem por que viver pode suportar quase qualquer como." - N. --------