Eu acho que a gente tem alma violeta. Já tive vontade antes de ver a cor das coisas que não se vê, ver a cor do que paira em cima dos que estão se casando, ver a cor da alma de uma criança abraçadinha na mãe, ou então a cor do que fica em volta das famílias numerosas, comendo lasanha no domingo. Eu acho que nossa alma é violeta. Quando a gente acorda de manhã bem cedo, estica as pernas e faz careta, aí é colorida, só pode ser. E quando a gente segue de mãos dadas por ladeiras, ou durante carinho nos meus cabelos e susto da surpresa boa, deve ser meio vermelha. Nossa alma deve ter gradações das matizes mais bonitas, posso apostar. E há quem ache idéia de maluco, mas vai chegar um dia, em algum momento dos surreais que a vida dá de presente, que vai se perguntar carinhosamente, qual devia ser a cor daquele momento. E eu queria estar perto só pra dizer: "Maluquice te fez bem hein..." e sorrir como pra quem tem um segredo bem guardado. Não é tudo que merece uma co