menina marota, sonhei contigo. na fantasia eras tão jovem, como do jeito que te conheci. como do jeito que ficaste dentro de mim. estavas sentada ao canto, com o olhar longe e os cabelos simetricamente arrumados. { agora o que sei a teu respeito? nem sei mais se perdes tantas horas do dia organizando as mechas morenas } me pego pensando se ainda conservas contigo tuas convicções tão viscerais. se ainda tens aquela mania de fazer piadas infames e virar de costas, fugindo de mim. se tuas mãos continuam as mais macias do Universo ou se já se tornaram ásperas como um rosto que desacredita na vida. mas principalmente: se continuas a confiar na tua escrita e, se ainda possuis um certo caderno de poesias. { espero que sim, pois me deste de herança em tempos remotos } tua imagem é tão viva em mim. lembro dos trejeitos, do perfume, da juventude ardente, das roupas pretas, da tua voz cantando pra mim e ao telefone na madrugada, do violão doce, da lua, da calçada da minha rua e você